quarta-feira, 25 de março de 2009

Casamento entre Homossexuais

Toda a gente tem algo a dizer sobre o casamento entre os homossexuais e eu quero ser igual a toda a gente! Parece que os homossexuais se tornaram num espectáculo público onde quem não dá o seu parecer sobre ele não é chique ou não está na moda.

Vi o debate no Prós e Contras e pareceu-me um espectáculo barulhento, com muitas expressões e gritos à mistura, o que me faz cada vez mais ter a preferência por espetáculos de música clássica.

A Dra. Isabel Moreira que exerce advocacia e que participou no debate, demonstrou também ser adepta de música clássica,muito me engano ou quase que apostava que tem um fascínio pela Opra.

Eu também tenho um fascínio por pandas, e no entanto não me meto no meio de uma plateia a mastigar folhas de bambu só para reparem em mim.

Parece-me despropositado recorrer a um timbre de voz ensurdecedor para se fazer ouvir. Mais, parece-me igualmente estranho uma advogada proferir frases como : "Ser uma relação de Pênis e Vaginas não é relevante." Eu sei que esta frase desenquadrada do contexto parece estranha, mas quem viu o debate concorda que a frase enquadrada no contexto ainda mais estranha é.

O debate não me pareceu dignificar mais a possibilidade do casamento entre os homossexuais, da defesa ouvia-se palavras como Xenófobos e Intolerantes, e da oposição um discurso mais ponderante e elucidativo. A dada altura a oposição manda calar os da defesa, o que leva a Dra. Isabel Moreira a dizer que qualquer dia aqueles senhores irão ser pais e ter filhos homossexuais, depois de terem sido apelidados de homofóbicos. Crueldade. Agora para castigo a Dra. Isabel Moreira deveria de ter filhos heterossexuais! E se não tivesse dinheiro para uma inseminação artificial também deveria adoptar um filho que depois fosse heterossexual!

Acho que deixei patente a patetice dita. Os que se opõe ao casamento dos homossexuais não são xenófobos nem homofóbicos tal como os que aceitam o casamento entre homossexuais não são obrigatoriamente homossexuais. Não tentemos deturpar a realidade e fazer do pretexto "coitadinhos dos estigmatizados dos homossexuais que nem direito a um casamento digno têm," para vendermos a nossa ideia à sociedade em pela crise económica.

Se não "coitadinho do nosso país que nem um Ministério da Família tem", "coitadinhas das pessoas casadas que nem tempo de qualidade têm para passar com os seus filhos."

Isto sim, deveria-se legislar sobre estes assuntos do domínio maioritário da sociedade e não regular relações privadas minoritárias presentes na mesma. A seguir segue-se a poligamia?

Se o objectivo com o casamento entre os homossexuais é conferir a sua dignidade e liberdade, o plano na minha óptica não me parece muito inteligente. Perguntem a qualquer pessoa casada há pelo menos 10 anos e ela vos dirá que na altura não sabia onde estava com a cabeça.

7 comentários:

Ricardo Moreira de Carvalho disse...

Voto em ti para as Europeias!

Anónimo disse...

Esta mulher é fogo!Eu tb voto em ti!

Jinhus princesa ;)

Anónimo disse...

so tu é q me tiras do sério c este tipo de conversas... =)
n vejo pq n ha de haver casamente entre homossexuais, não sei qual a diferença tão grd entre casar e coabitar, visto q ao fim de um tempo tem-se os mms direitos. Para mim a questão é simples, e é quase a mesma perante isto, o aborto, a legalização de drogas leves, eutanásia, etc, etc..: a vida é nossa, a decisao é nossa. Isto não é uma doença, é uma "minoria" cada vez mais presente.
É ridiculo discutir isto, como se fossem bixos que não tem direito a formalizar a sua relação. Ainda é mais ridiculo haver kem opine contra o casamento entre gays, porque recriminar é facil, mas quando se virem confrontados com a situação engolem em seco tudo o que vão dizendo...
O casamento é a treta de um papel que se assina para formalizar uma relação. Não é de todo necessário no meu ponto de vista de completa descrente, mas, é uma decisão própria e livre, de todos.
Antes as pessoas que tinham doenças psiquicas também eram consideradas como possuidas ou bruxas. Esta é a parte em que não sei quantos anos depois evoluimos.. pelo menos alguns...
sabes q não podia resistir, és terrivel gaja!!!
=D

fi

Edu disse...

Naty, um "chuac" para ti.
Senhora Fi "Anónimo", parece-me que meter casamento, drogas leves, aborto e eutanásia no mesmo saco não faz muito sentido. É claro que temos direito a opinião (e respeito isso), mas acho que decidir entre a vida e a morte de uma pessoa é "ligeiramente" diferente de decidir entre morar ou não com outra pessoa, ou queimar ou não os neurónios com tóxicos hilariantes...

Naty disse...

Fi,

Metes-me numa situação difícil.. mas agora tenho que contra-argumentar.

O casamento não se trata de uma treta de papel que se assina. O casamento é uma forma de oficializar um contrato entre duas pessoas que aceitam seguir os deveres incorporados no C.C de livre vontade, sendo eles o do respeito, coabitação, cooperação, fidelidade,e tem como por associado a continuação das sociedades pela sua descendência. Uma vez que a família é a célula base da sociedade e sem ela não existiria Estado.

Desta forma o legislador entendeu que se deveria regular o casamento entre duas pessoas de sexo diferente porque isso é o que se entende por melhor para a constituição de uma sociedade harmonizada e para a própria educação da criança. Homem e Mulher são diferentes e completam-se na sua diferença. Isto é a maioria. É o nosso padrão cultural é o nosso direito.

Por alguma razão Portugal a nível de Direito é considerado um país vanguarda.

A vida é nossa, a decisão é nossa, muito bem mas tem limites. E esses limites vão para além da moral e encontram-se constitucionalizados e consagrados. Por isso é que conseguimos coabitar no mesmo território. Se não era uma anarquia e cada um fazia o que lhe bem apetecia.

A homossexualidade é tida como presente, mas culturalmente e juridicamente não constitui a predominância, não se esteja de acordo com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Acho que cada uma defende os seus ideais e estão demasiado enraizados e isso torna difícil o debate contigo! haha beijo

RJ disse...

"...e tem como por associado a continuação das sociedades pela sua descendência. Uma vez que a família é a célula base da sociedade e sem ela não existiria Estado."

Esta posição encontra-se hoje abandonada pela doutrina, que entende a família como um fim em si mesmo, portadora de uma dignidade intrínseca e, como tal, impeditiva de instrumentalização por parte do Estado.

Também nos parece ser esta a melhor doutrina, que, no entanto, obsta à procedência do argumento atrás citado, com todo o respeito que a autora do mesmo nos merece.

Os melhores cumprimentos

RJ

Naty disse...

Já cá faltava um advogado...

RJ, (trato-te por você porque é mais chique)

Se reparar bem eu disse " tem por associado" e não " tem por finalidade", exactamente porque a doutrina reconhece como família qualquer casal que estabeleça laços afectivos e que partilhe um projecto de vida em comum, formando a tal aliança, sem ser necessário existir filhos. Porém o Estado define as fontes das relações jurídicas familiares, e ao fazer isso torna-se de certa forma "instrumentalizador". Ou seja, não diz que uma família tem que ter filhos para ser família, mas consagra o direito ao trabalho, educação, habitação e à saúde para a família. Exemplo, cabe aos pais a educação dos filhos, porém cabe ao Estado criar condições para que as famílias sejam educadoras. Cabe igualmente ao Estado elaborar políticas integradas da família, as licenças são exemplo disso, licença de paternidade, maternidade. Está portanto subentendido que a função da família é gerar vida, e o Estado não o diz directamente mas tem um conjunto de leis e políticas que fazem com que um mero leigo, como eu, perceba que tal está subentendido. Sendo assim, a homossexualidade não constitui relevância jurídica para que se legisle sobre ela.

P.s = As aulas da Dra. Isabel Moreira não devem de ser levadas à letra. :)